O caminho!

O caminho estava livre.

Mas que caminho, se o único que eu tinha foi arrancado de mim?

Ah sim! Àquele caminho!

O caminho!

Caminho da perdição, luxúria, prazer... Desnecessário!

Tu que pensas!

Mas o caminho foi arrancado! Não importa qual... Foi arrancado!

Partido sem necessidade, fechado sem princípios... A sete chaves!

Por quê?!?

Não era bem vindo! Não era necessário.

Nem tanto pelo caminho, mas pelas condições! Não suportei a verdade!

Nem eram os prazeres do caminho, era o que eu teria que enfrentar!

Medo!

Tive medo!

Não pude evitar. Falou mais alto que eu!

São... tentações... que... não se adéquam às necessidades da vida!

Mas, porque o caminho foi arrancado?

Maldição!

Praga?

Macumba?

Duvido que seja tão vulgar!

É mais simples... Mais rápido... Mais pratico...

O caminho se perdeu, porque procurei o que temia... e encontrei o que não devia...

Aconteceu que, no final, a tentação que recusei anteriormente, simplesmente me atiçou! E sucumbi à sua vontade.

Fui fraco!

Não pude evitar! Falou mais alto que eu!

E foi então que o metal nunca se tornou tão leve. A pólvora tão doce. A força de vontade tão traiçoeira. O gatilho tão escorregadio.

Medo? Fraqueza?

Não houve dor! Então pra que o medo e a fraqueza?

Pra que pensar? É só apertar que tudo se acaba! Não houve segredo! Não há segredo!

BANG! PAH!

Dois?!? Por quê?

A minha mão, depois de morta, pesou mais que a arma. Então, não fui o culpado do segundo tiro, portanto, a segunda vitima não foi minha culpa.

Era importante pra mim?

Foda-se!

O que importava naquele momento era acabar com a dor! Nada mais!

Se era importante?!?

Ela morreu junto comigo então. Sucumbiu a força natural das coisas.

Porque tudo o que é vivo, MORRE!

Afonso Herrera
Enviado por Afonso Herrera em 10/03/2010
Reeditado em 11/03/2010
Código do texto: T2131603
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