Jeito Caipira
Quando sinto o cheiro da chuva,
Sinto também meu coração palpitar,
Relembro meus tempos de infância,
Onde na simples inocência,
Com meus irmãos, crescemos a brincar.
Atravessar o riacho num tronco jogado,
Subir nas mangueiras e empurrar o arado.
Aprender com meu avô a debulhar o milho,
E a hora certa de colher a melancia no estalo.
Ir à plantação de batatas e colocar as mãos na terra,
Ordenhar a Mimosa, que tranquila nos esperava,
Encher um saco com a flor do algodão,
E bagunçar o tear da vovó que ficava uma fera.
Depois de um dia agitado, sentar em volta do fogão.
Ouvindo o crepitar do fogo e o silêncio lá de fora,
Esperando na voz calma de meu avô
Os causos de suas lembranças, enquanto cozinhava o feijão.
Dias comuns, vidas simples,
Momentos inesquecíveis,
Onde não existe mais a fazenda,
Onde não existem mais meus pais,
Onde não existem mais meus avós,
Onde acho que também me perdi,
Vivo na cidade, vida moderna,
Lembranças ternas com jeito caipira
De uma boa época que vivi.