A Lenda do Mar
Foi quando o conheci que perguntei ao mar
a razão maior da sua rebeldia
fazendo suas ondas na praia estourar
na escuridão da noite ou no clarão do dia.
Surpresa intensa de mim se apoderou
quando ouvi a voz do mar dizendo assim:
- “Não perca tempo em desvendar o que passou
pra não lhe acontecer, o que aconteceu a mim.
Há muito tempo, talvez muitos milênios
as minhas ondas não passavam de carícia
as águas mornas balançando lentamente
banhavam corpos e mais corpos sem malícia.
Até que um deles embebido na paixão
foi docemente me fazendo arrepiar
tocou bem fundo o meu sensível coração
quando vibrei, vi uma onda estourar.
Eu me perdi em mil perguntas que me fiz
tentando em vão esse mistério desvendar
que o amor é arredio, não percebi
ela se foi talvez pra nunca mais voltar.
Desde esse dia comecei a tentativa
de alcançá-la e trazê-la junto a mim
e as minhas ondas vivem da expectativa
que algum dia ela inda passe por aqui.
Por isso estouram tão rebeldes pela praia
trazendo tudo o que encontram para mim
não adianta eu explicar que a minha raia
me deu riquezas mas não deu um amor assim.”
Sem mais perguntas fui saindo devagar
deixando o mar e sua procura para trás.
Tudo o que eu faço agora é caminhar
buscando o amor que aprendi a acreditar
E espero não ter... o mesmo fim que o mar!...
Santa Cruz do Rio Pardo, 19/09/1987
Foi quando o conheci que perguntei ao mar
a razão maior da sua rebeldia
fazendo suas ondas na praia estourar
na escuridão da noite ou no clarão do dia.
Surpresa intensa de mim se apoderou
quando ouvi a voz do mar dizendo assim:
- “Não perca tempo em desvendar o que passou
pra não lhe acontecer, o que aconteceu a mim.
Há muito tempo, talvez muitos milênios
as minhas ondas não passavam de carícia
as águas mornas balançando lentamente
banhavam corpos e mais corpos sem malícia.
Até que um deles embebido na paixão
foi docemente me fazendo arrepiar
tocou bem fundo o meu sensível coração
quando vibrei, vi uma onda estourar.
Eu me perdi em mil perguntas que me fiz
tentando em vão esse mistério desvendar
que o amor é arredio, não percebi
ela se foi talvez pra nunca mais voltar.
Desde esse dia comecei a tentativa
de alcançá-la e trazê-la junto a mim
e as minhas ondas vivem da expectativa
que algum dia ela inda passe por aqui.
Por isso estouram tão rebeldes pela praia
trazendo tudo o que encontram para mim
não adianta eu explicar que a minha raia
me deu riquezas mas não deu um amor assim.”
Sem mais perguntas fui saindo devagar
deixando o mar e sua procura para trás.
Tudo o que eu faço agora é caminhar
buscando o amor que aprendi a acreditar
E espero não ter... o mesmo fim que o mar!...
Santa Cruz do Rio Pardo, 19/09/1987