Proclamas da saudade

Oh, agonia,

é o retrato do dia que o corpo, amante, tem de partir, solitário.

É a agonia da língua,

que -cega- procura um beijo impossível.

É a agonia de um olhar -que já seco de chorar- busca acariciar um coração bonito e puro.

É a agonia de mãos -sedentas- que buscam um rosto distante.

É a agonia de braços que buscam a-braços enclausurados pela distância, no âmago do ser.

É a abstinência do vício de construir os segundos, juntos!

É a bússola quebrada;

a cabeça que dói;

a boca anoréxica;

o nariz que cheira o travesseiro babado: dopado!

É a agonia de amar -o amante- pretexto de o ter.

Oh, agonia...

é o sorriso encadeado noutro.

É a lágrima teimosa,

o nariz que cheira o travesseiro babado: trago (fig.).

Oh, agonia,

é o retrato do dia que o corpo, amante, tem de partir, solitário.

Oh, agonia...

é o pernicioso sentimento de uma mulher para com seu marido: saudade.

___

Dedicatória:

Ao homem que renova meu bom dia, diariamente. Te amo, demais e para sempre. Tua,

Nathanaela Honório
Enviado por Nathanaela Honório em 07/03/2010
Código do texto: T2125114
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.