Proclamas da saudade
Oh, agonia,
é o retrato do dia que o corpo, amante, tem de partir, solitário.
É a agonia da língua,
que -cega- procura um beijo impossível.
É a agonia de um olhar -que já seco de chorar- busca acariciar um coração bonito e puro.
É a agonia de mãos -sedentas- que buscam um rosto distante.
É a agonia de braços que buscam a-braços enclausurados pela distância, no âmago do ser.
É a abstinência do vício de construir os segundos, juntos!
É a bússola quebrada;
a cabeça que dói;
a boca anoréxica;
o nariz que cheira o travesseiro babado: dopado!
É a agonia de amar -o amante- pretexto de o ter.
Oh, agonia...
é o sorriso encadeado noutro.
É a lágrima teimosa,
o nariz que cheira o travesseiro babado: trago (fig.).
Oh, agonia,
é o retrato do dia que o corpo, amante, tem de partir, solitário.
Oh, agonia...
é o pernicioso sentimento de uma mulher para com seu marido: saudade.
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Dedicatória:
Ao homem que renova meu bom dia, diariamente. Te amo, demais e para sempre. Tua,