Inútil ou quase nada?

Marcapasso,

marca passo,

passos marcados,

a marca dos passos,

num abismo,

numa cova,

no meu cemitério interior.

E não é que a poesia vem manifestando efeitos alucinógenos !!!

E não é que é tudo uma besteira,

cheia de indiferenças,

cheia de egos que, cada vez mais acentuados,

proclamam em nós uma existência inexistente.

Somos poetas, sim,

mas, ser poeta é ser, como diria meu pai:

a 2ª pessoa do seu quase nada.

Não concordas?

Logo, és mais que poeta, amigo,

és inútil.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 06/03/2010
Código do texto: T2122987
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