DEUSA DOS SONHOS.

Walquiria do Bonja.

Sob os acordes violentos no ritmo enérgico e fortíssimo, bem ao gosto de Wagner, vai nascendo com muitos cuidados essa pequena declaração de amor. Ainda não sei porque, as músicas de Wagner teimam em me conduzir saudoso e silente para viver a tua linda lembrança. Nesses tempestivos acordes, a minha alma salta prazerosa numa busca enlouquecida pelos bons tempos em que desfrutamos o nosso amor com muita afetividade.
Basta apenas uma suave melodia para se processar em mim, dentro da minha alma, uma especial reverência por tudo o que representas para mim. No palco da minha mente se levanta o pano da imaginação para, mais uma vez, reviver-te num doce encantamento. Vivo de uma forma solitária, mas sempre conduzido pelo indizível encanto das tuas lembranças, e assim, eu te reverencio com toda a nobreza da minha alma.
É verdade que vivemos um bom tempo como se estivéssemos habitando o paraíso, pois te conheci como deusa e, como deusa, tu sempre me conduziste grávida de amor. Hoje, com muitas saudades, apenas lembro-me dos teus olhos verdes e da tua cabeleira de fogo que ainda esvoaça pelos meus sonhos.
Eu sei que será difícil te esquecer, mas lembrar de ti é viver um passado lindo que ainda não se apagou, pois na verdade, tu ficaste gravada em mim como a mais doce e enigmática figura rupestre. Confesso que tu deixaste vestígios em mim, mais do que o suficiente para jamais te esquecer.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 06/03/2010
Reeditado em 06/03/2010
Código do texto: T2122854