Democracia: a nossa besteira maior
Vê-se a ponte,
aquela que nos leva a medíocre vida.
Vê-se a ponte,
a mesma do passado,
a mesma,
passada e pesada à humanidade,
a de sempre e de ontem.
Vê-se a ponte...
Mas há alguém sentado sobre a mesma,
brincando,
sujando,
evocando não sei o quê.
Será um deus?
Serei eu o mesmo trânsfuga?
Somos nós a mesma besteira material?
Vê-se a ponte.
Vêem-se os pássaros que hão de pôr a ponte abaixo,
nervosos,
revoltados,
cheios da mesma vingança que me abraça a cada manhã.
Nada de pontes,
nada de espíritos.
Meu relógio quebra,
meus aparelhos páram,
e tudo se vai com a ponte,
com as lembranças,
com a esperança de alcançar a redenção.
E enquanto não me alcançam, fico, permaneço, sento-me do lado de cá, pois lá, o processo é mais DEMOCRÁTICO.