Democracia: a nossa besteira maior

Vê-se a ponte,

aquela que nos leva a medíocre vida.

Vê-se a ponte,

a mesma do passado,

a mesma,

passada e pesada à humanidade,

a de sempre e de ontem.

Vê-se a ponte...

Mas há alguém sentado sobre a mesma,

brincando,

sujando,

evocando não sei o quê.

Será um deus?

Serei eu o mesmo trânsfuga?

Somos nós a mesma besteira material?

Vê-se a ponte.

Vêem-se os pássaros que hão de pôr a ponte abaixo,

nervosos,

revoltados,

cheios da mesma vingança que me abraça a cada manhã.

Nada de pontes,

nada de espíritos.

Meu relógio quebra,

meus aparelhos páram,

e tudo se vai com a ponte,

com as lembranças,

com a esperança de alcançar a redenção.

E enquanto não me alcançam, fico, permaneço, sento-me do lado de cá, pois lá, o processo é mais DEMOCRÁTICO.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 05/03/2010
Código do texto: T2121388
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