[Quero Nada Não...]

[Volição à linha solta, larga, infinita...]

Para esta mesa vazia,

para o momento deste vinho,

eu queria a tua companhia...

Sou simples; quero nada,

quero só isto, ó:

uma conversa solta,

um cheiro bom da noite,

aquele jazz piano, piano,

as tuas mãos nas minhas mãos,

o perfume de teu colo macio,

o brilho do teu olhar assim,

interrogante do meu olhar,

e mais...

Será este meu querer

um indício de vida?!

Quero... posso... quando,

quando — amanhã?

Ah, nem é preciso avisar:

amanhã — é angústia,

amanhã — é sem tempo,

amanhã — é mar aberto,

amanhã — é estrada sem onde...

E á tardinha, à luz suave,

naquela mesma mesa,

o nosso diálogo continuaria...

Esquecido do tempo!

[Penas do Desterro, 04 de março de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 04/03/2010
Reeditado em 10/04/2012
Código do texto: T2118925
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