UM AMOR .... PERDIDO !

UM AMOR...PERDIDO!

Tarde de julho, sexta feira do dia 18

17 horas e muita solidão.

As mãos duras e trêmulas de frio,

o corpo enrijecido,

os cabelos soltos, em desalinho

e os pés, vermelhos e praticamente inertes.

A alma ainda mais gélida que o corpo,

era a prenuncia, o aviso,

de um amor perdido, esquecido,

igual a folha seca, que o vento por ironia,

levou para banhar-se nas águas de um límpido riacho,

e depois, para o próprio mar.

O sol ainda aparecia tímido e longinquamente,

como a ter medo, receio de chegar a nós,

e o frio era intenso, gélido e constante.

Vários pobres quase congelados,

ricos bem agasalhados,

e outros normalmente vestidos.

Eu pertencia a classe dos pobres bem agasalhados,

na verdade eu não era pobre, creio que jamais o seria:

eu tinha tudo, menos a certeza de um amor,

e eu me sentia a mais infeliz e humilde dos seres,

eu que tanto crescera com este amor,

diminuía gradativamente, a olhos vistos.

Agora, sentada no escritório,

eu ouvia o zum zum das máquinas,

o rom rom das baterias...

tudo isso era um suplício,

eu não agüentava ouvi-los,

eu precisava urgentemente fugir,

ir para longe,

onde só houvesse o barulho dos meus

pensamentos sem movendo,

onde não houvesse nenhum ser humano

querendo saber como eu me sentia

nenhum inseto que avisasse ali haver vida,

onde só houve PAZ, PAZ, PAZ.

Mas esse desejo de tranqüilidade,

era como o sono de uma criança,

frágil....

mas eu queria este sossego,

esta paz, esta vida, mesmo que por algumas horas.

Nada era real ou tinha real importância

um grande amor sempre significa uma vida

a vida de quem ama,

e eu perdera a vida,

o que poderia contar ainda?

Eu não sabia, eu não via nada

que pudesse, sequer, comparar a dor que eu sentia...

eu perdera a vida..............

Ana Janete
Enviado por Ana Janete em 27/02/2010
Código do texto: T2111343
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