Se for loucura, pode me internar.

Alguém me disse

Que sou louca,

Porque eu não sei

Onde é o meu lugar,

E que o meu coração

Está sempre pronto para amar,

E que é por isso que o chão

Eu jamais vou encontrar.

Eu prefiro ser uma louca

Escrevendo confissões

Do coração e sonhar

Que estou vivendo

Grandes emoções,

Do que ficar em silêncio

Sem poder de amor falar...

Eu prefiro ser uma louca

Fingindo que sei poetar,

Porque este é o meu mundo,

Este é o meu papel

E esta é a minha caneta,

Foi assim que eu aprendi a protestar,

E é assim que aprendi a sonhar...

Mais vale uma louca feliz

Descobrindo na poesia à vida,

Do que, um tolo perdido em tristezas

Desperdiçando a capacidade

Que tem de pensar

E de se expressar.

Mais vale uma louca

Rindo a toa do que um são

Com medo de o Mundo enfrentar,

E na sua covardia se encostar,

Se privando da alegria

Que a poesia pode lhe dar.

Se poetar for loucura,

No manicômio quero parar,

Então, o melhor a fazer

É agora mesmo me internar,

Porque da caneta eu jamais

Vou me livrar...

Marta Rodriguez
Enviado por Marta Rodriguez em 27/02/2010
Reeditado em 27/02/2010
Código do texto: T2109933