Se for loucura, pode me internar.
Alguém me disse
Que sou louca,
Porque eu não sei
Onde é o meu lugar,
E que o meu coração
Está sempre pronto para amar,
E que é por isso que o chão
Eu jamais vou encontrar.
Eu prefiro ser uma louca
Escrevendo confissões
Do coração e sonhar
Que estou vivendo
Grandes emoções,
Do que ficar em silêncio
Sem poder de amor falar...
Eu prefiro ser uma louca
Fingindo que sei poetar,
Porque este é o meu mundo,
Este é o meu papel
E esta é a minha caneta,
Foi assim que eu aprendi a protestar,
E é assim que aprendi a sonhar...
Mais vale uma louca feliz
Descobrindo na poesia à vida,
Do que, um tolo perdido em tristezas
Desperdiçando a capacidade
Que tem de pensar
E de se expressar.
Mais vale uma louca
Rindo a toa do que um são
Com medo de o Mundo enfrentar,
E na sua covardia se encostar,
Se privando da alegria
Que a poesia pode lhe dar.
Se poetar for loucura,
No manicômio quero parar,
Então, o melhor a fazer
É agora mesmo me internar,
Porque da caneta eu jamais
Vou me livrar...