SENHORA

Não tinha o vigor e exuberância de uma jovem palmeira

Nao

Tampouco ramagens dispersas de antiga hera infiltrada pelas frestas , alimentada pelo musgo...

Seu desabrochar independe da luz que ofusca, quando a pino o sol irradia suas pétalas que se abrem, onze horas.... para breve recolher-se em sua rigidez noturna

Sua voluptuosidade afronta os vendavais, bambuzal que se ergue distinto, aparente fragilidade que se renova e avança

Árvore frondosa cujas folhagens acolhem em seu seio o som mavioso das águas,

No entardecer, refúgio do colibri, quando a bruma eleva-se sorrateira

e o campo rende-se nostálgico , salpicado pela réstia do poente...

Em seu tronco os vincos denotam o tempo e suas marcas... Traços temporais refletem anseios, momento atemporal em que surges, absoluto se faz hoje, cada segundo conta, cada minuto faz falta.... e o porvir é doce afago, raízes profundas, que nascem e crescem...

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 25/02/2010
Reeditado em 09/09/2010
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