Morto? Vivo?
Caem os céus.
Surtam as tardes.
Tudo esvai-se.
E eu, caminhante, fumante, perdido.
Uno as pontas,
refaço as extremidades,
perco-me na areia branca desta praia.
Sou eu.
Este.
Esse teu.
Aquele que vai rumo ao infinito.
Caem os céus.
Vem a chuva.
E os barcos me servem de bússola.
E o tiroteio que aparece naquela periferia,
do outro lado,
à noitinha...
E permaneço na areia,
rumando,
entre paredes,
num labirinto...
Não me acho.
Não me conformo.
Peço todas as explicações,
busco todas as soluções,
e sonho para que este sonho seja apenas sonho.
Vejo-me sob a terra,
sobre a areia,
apenas alma que se dispersa através dos ventos.
Vejo-me como um morto,
a morrer ainda,
e nas minhas caminhadas
tudo parece tão ermo.