Morto? Vivo?

Caem os céus.

Surtam as tardes.

Tudo esvai-se.

E eu, caminhante, fumante, perdido.

Uno as pontas,

refaço as extremidades,

perco-me na areia branca desta praia.

Sou eu.

Este.

Esse teu.

Aquele que vai rumo ao infinito.

Caem os céus.

Vem a chuva.

E os barcos me servem de bússola.

E o tiroteio que aparece naquela periferia,

do outro lado,

à noitinha...

E permaneço na areia,

rumando,

entre paredes,

num labirinto...

Não me acho.

Não me conformo.

Peço todas as explicações,

busco todas as soluções,

e sonho para que este sonho seja apenas sonho.

Vejo-me sob a terra,

sobre a areia,

apenas alma que se dispersa através dos ventos.

Vejo-me como um morto,

a morrer ainda,

e nas minhas caminhadas

tudo parece tão ermo.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 25/02/2010
Reeditado em 27/02/2010
Código do texto: T2106852
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.