A vida inteira foi isso, estrada e distâncias
Esse estar longe que cansa e me arrebenta
A vida inteira foi esse ir sem parar, cada vez mais distante
E o medo de voltar e me esquecerem o rosto, a voz, minha história
À noite à janela de quarto de hotel cidade plana
Silêncio e pensamentos gritantes, as árvores que dormem
A que distância estou daquilo ali, e disto aqui, a que distância?
O medo de estar morto para toda a vida que nem vivi ainda...
O medo apenas de não voltar nunca eu mesmo
Esses esforços infundados e tão difíceis, esses artifícios de se iludir
Fazer de conta que está tudo bem, que suporto, que sou forte
Que tenho um norte, que sei aonde vou e para onde volto
Essas cartas que coloco em garrafas e atiro no mar
Essa solidão um sentimento tão zombeteiro
A maré nunca propícia, esse horror de sair a nadar
Do nada, esse horror, do nada esse vazio e esse silêncio
Eu quero apenas minha janela de casa, meu céu, minha noite, minha lua
Quero aquela brisa da tarde a me afagar a pele e só isso e nada mais
Quero nunca mais precisar de nada, como se precisar fosse errado
Quero me ver, ter a mim, saber de mim, sentir-me concreto
E eu quero dizer que não posso mas que eu tento viver assim
Que essa força estranha me engana como engana a todos
Quando é que vou chorar as dores minhas que significam alguma coisa?
Quando vou aceitar a mão que afaga, o peito que acolhe?
Quando vou chorar, chorar, só chorar, quando é que vou chorar?
Essas distâncias nessas estradas, quando é que vou parar?
Para onde levo a vida eu sei, e ela para onde me leva?
Para onde vou agora que anoiteceu em meu ser?
O dia amanhece, graças a vida, amanhece
Mas para mim o dia apenas anuncia mais uma madrugada
De sonhos ruins e silêncio, escuridão e vazio
Onde os pensamentos pousam para descansar
Mas que quando despertam não tem descanso!
E eu me canso de temer que me esqueçam...
Esse estar longe que cansa e me arrebenta
A vida inteira foi esse ir sem parar, cada vez mais distante
E o medo de voltar e me esquecerem o rosto, a voz, minha história
À noite à janela de quarto de hotel cidade plana
Silêncio e pensamentos gritantes, as árvores que dormem
A que distância estou daquilo ali, e disto aqui, a que distância?
O medo de estar morto para toda a vida que nem vivi ainda...
O medo apenas de não voltar nunca eu mesmo
Esses esforços infundados e tão difíceis, esses artifícios de se iludir
Fazer de conta que está tudo bem, que suporto, que sou forte
Que tenho um norte, que sei aonde vou e para onde volto
Essas cartas que coloco em garrafas e atiro no mar
Essa solidão um sentimento tão zombeteiro
A maré nunca propícia, esse horror de sair a nadar
Do nada, esse horror, do nada esse vazio e esse silêncio
Eu quero apenas minha janela de casa, meu céu, minha noite, minha lua
Quero aquela brisa da tarde a me afagar a pele e só isso e nada mais
Quero nunca mais precisar de nada, como se precisar fosse errado
Quero me ver, ter a mim, saber de mim, sentir-me concreto
E eu quero dizer que não posso mas que eu tento viver assim
Que essa força estranha me engana como engana a todos
Quando é que vou chorar as dores minhas que significam alguma coisa?
Quando vou aceitar a mão que afaga, o peito que acolhe?
Quando vou chorar, chorar, só chorar, quando é que vou chorar?
Essas distâncias nessas estradas, quando é que vou parar?
Para onde levo a vida eu sei, e ela para onde me leva?
Para onde vou agora que anoiteceu em meu ser?
O dia amanhece, graças a vida, amanhece
Mas para mim o dia apenas anuncia mais uma madrugada
De sonhos ruins e silêncio, escuridão e vazio
Onde os pensamentos pousam para descansar
Mas que quando despertam não tem descanso!
E eu me canso de temer que me esqueçam...