Luzinhas

Tenho estranhas luzes comigo, ao meu lado, juntinhas, ajuntadas.

Estranhas luzes que enfeitam a minha solidão. São cores, multicores, das dores, Marias. Numas vezes são divinas, noutras, preâmbulo que me questiona a alma.

E sou assim decifrado...

E minha família tenta viver um pouco.

E eu cuido que não seja pouco o meu existir.

Que seja pouco sim, o sofrimento que me ataca quando quando estou com as luzinhas.

E a noite passa,

e as luzes passam,

e tudo passa...

E assim passa a vida: não passando de um filamento degradável.

Acende-se, cessa-se...

E o filamento morre, cansado, rompido, sem rumores de mercúrio ou sódio, sem resistências.

Havia luzinhas?

Era a vida.

Há trevas agora?

Estou 'queimado'.

Existe alguma morte por hora?

Sei que não,

pelo menos até que o rumo do meu eu tome outro rumo.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 22/02/2010
Código do texto: T2101368