Luzinhas
Tenho estranhas luzes comigo, ao meu lado, juntinhas, ajuntadas.
Estranhas luzes que enfeitam a minha solidão. São cores, multicores, das dores, Marias. Numas vezes são divinas, noutras, preâmbulo que me questiona a alma.
E sou assim decifrado...
E minha família tenta viver um pouco.
E eu cuido que não seja pouco o meu existir.
Que seja pouco sim, o sofrimento que me ataca quando quando estou com as luzinhas.
E a noite passa,
e as luzes passam,
e tudo passa...
E assim passa a vida: não passando de um filamento degradável.
Acende-se, cessa-se...
E o filamento morre, cansado, rompido, sem rumores de mercúrio ou sódio, sem resistências.
Havia luzinhas?
Era a vida.
Há trevas agora?
Estou 'queimado'.
Existe alguma morte por hora?
Sei que não,
pelo menos até que o rumo do meu eu tome outro rumo.