Tudo ou Nada

A palavra diz: Eu sou!

De imediato penso: o que? (...) – tal sujeito, tal predicado.

A palavra me diz: sim!

De imediato penso porque não? – ou será que tem alguma coisa entre as polaridades?

A palavra diz: belo!

De imediato penso: e se eu bater até empenar? – ser belo se exclui as chances de ser feio?

A palavra diz: contradição.

De imediato penso: ãh? – aí me vem o juízo: Ah danada! fala bonito mas não vive o que diz.

Daí não digo nada. Ela não me deixa.

Só me resta resposta, só me resta re-ação.

Quando é que tenho ação?

Fico sempre nessa, sujeito a todas as intempéries da verdade

que entre aspas não responde por seus atos.

Palavras!

Preciso delas,

Pra dizer o quanto elas são nada.

Fernão Bertã
Enviado por Fernão Bertã em 22/02/2010
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