O AGORA

Até aqui, o agora tem sido a mais

exata fração substancial desse

meu tempo banal.

É o meu tempo que não equivale ao teu !

E tiro tudo,

atiro,

atiro-me,

suprimo as necessidades para não necessitar de ninguém.

E é só o agora que predomina.

Agora pra hoje,

agora pra amanhã,

sem supérfluos,

sem pretéritos ou passados-tempos-e-vindouros.

Até aqui, as maravilhas

são desconexas,

pardas,

maravilhas que já caíram no esquecimento...

E a maior maravilha sou eu: fingidor de momentos, amante do agora,

o que até aqui permanece ativo e filho da poesia.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 22/02/2010
Código do texto: T2101008