O AGORA
Até aqui, o agora tem sido a mais
exata fração substancial desse
meu tempo banal.
É o meu tempo que não equivale ao teu !
E tiro tudo,
atiro,
atiro-me,
suprimo as necessidades para não necessitar de ninguém.
E é só o agora que predomina.
Agora pra hoje,
agora pra amanhã,
sem supérfluos,
sem pretéritos ou passados-tempos-e-vindouros.
Até aqui, as maravilhas
são desconexas,
pardas,
maravilhas que já caíram no esquecimento...
E a maior maravilha sou eu: fingidor de momentos, amante do agora,
o que até aqui permanece ativo e filho da poesia.