Eco perfumado.

Ao obnubilar dos meus olhos no ocaso desse amor, percorro as minúcias do passado. Um campo fértil; coberto de encantos. De um tempo aonde o sentimento permitia-se existir. E a paixão viajava na sonoridade dos nossos lábios, um jeito de revestir a tridimensionalidade com desejo, transformando o inconcebível em fato, e o arcabouço em testemunho. Da intensidade alternativa, que existe no árido campo do real. Mas a extemporaneidade do tempo arrasta tudo, no seu sorvedouro, não utilizando a complacência nem um minuto, com a equidade de um sonho, que um dia ousou fazer-se matéria. Então, utilizo recordações, a única coisa que me restou, da fantasia de um momento, um eco perfumado. Que te traz de volta nesses momentos de solidão.

Gerson F Filho
Enviado por Gerson F Filho em 05/08/2006
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