Canonizada Hipocondria

Bate à parede do umbigo, a água suja

O liquor raquidiano que o ano devora, o gosto de urina

E vê a lâmpada da mente respirar;

Não restam foices com flertes insensíveis

Sobram apenas lágrimas de alhos

Choradas por robalos, ao pé da santidade

Pessoa de idade;

Mil perdões aos encíclicos hipócritas

Em suas criptas de mármore que a talha banha;

Limbos decapitados à forteza das imagens

Fora de contexto, o mitocôndrio faltante aborta

E mata a energia pelo abscesso da canonização.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/08/2006
Reeditado em 06/08/2006
Código do texto: T210063
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