O apagar das luzes...

(É ) quando as luzes se apagam que posso olhar tudo com mais clareza...
Levanto os olhos... Moldo-me as palavras cruas... Sinto a vastidão dos pensamentos bambas...
Quando a luz se transforma em vagalumes... Em arrepio.... Na varanda que espera o dia amanhecer... Passo o tempo... Deixo correr pelas veias as vontades... Esvaio-me em páginas reviradas...
O baú aberto em folhas... Pousa em mim... Fala colorido... Passa por mim, e eu mal vejo...
O raios traçam o céu... A tempestade que avisa... Recorto a última estrela.
Faço entrelinhas... Estrelinhas...
(É) quando as luzes ficam tímidas... Que posso reler todos os ditos... Pavimento o dia seguinte... Retiro o que não é meu...
(É ) quando as luzes se voltam ao eco que posso escutar o peito meu...
Foi-se o dia... Chegará a madrugada acesa... E o escutar-me seria fluxo... Fragmentação de fatos... Gemido, calado nas esquinas do presente.
Lampejos de ágata... De sítio... Do que nunca existiu...
Estranho... Chamava-te assim (O iluminar da noite)...
Perco-me nas linhas... Não são mais minhas... Adormeço...



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