Três vírgula dez
Foi como esfinge que visitei os lugares, nos olhos bretemoso reflexo da lagoa interior. Silenciosas águas do espírito a fitarem a dureza côncava do corpo debruçado em si mesmo, atrapado na infinitude dos espelhos que se falam.
Era o estatismo da necessidade. A urgência do não movimento, do não pensamento, para fugir da carreira louca e incontrolável da carne -afinal o cérebro também é carne, não?- que me levaria já eu sabia aonde...
Fui como esfinge e visitei aqueles lugares. Na leveza da superficialidade mantive conversas com habitantes de glamourosas cavernas, trogloditas da modernidade, de rápidos movimentos e arteiras manhas.
Cumpri os mandamentos da verdadeira bíblia mundial: Vi, comparei e escolhi entre os produtos ofertados, escondi-me atrás da sombra dos olhos e atingi um três vírgula dez.
E tudo sem chorar nem uma vez só...