A sexta

Dirigindo por entre as ruas solitárias

Como um cavaleiro sem rumo

Sem vontade de voltar para casa

Após uma sessão de cinema sem acompanhante, na véspera da quarta-feira de cinzas

Um final nada clichê, mas previsível para a vida real: decepções, dores, carência, tristeza.

Mas sempre com a contrapartida da liberdade e eterno bel prazer

Objetivos tolos, para passar o tempo e se convencer de que não precisa de uma emoção concreta.

Da presença que aparentemente não faz falta.

A tentativa árdua que é aceitar o desligamento

E parar de se perguntar se um dia já foi especial

Até finalmente absorver que, agora, você é só a sexta.

fev 2010