Aurora do Nirvana
Voltam as vozes que sopram no tribunal, a maneira exata, exatíssima de se viver, e cala cápsulas que não merecia, um vintém sequer , fecha os olhos e as janelas da oportunidade, faz símbolos imortais na escolha das palavras e da cor da tinta da pena ao arranhar papéis feitos de nós.
Toca os lábios quando dita uma besteira vil, útil, quando põe em um pedestal o antagonista da novela da tarde que insiste, insiste em assistir.
Morde o inferior dos lábios se sentindo hipócrita, um lixo à desbagaçar qualquer valor à restos nas bocas dos cães vagabundos em pleno mês de maio, come alfafa pensando em caviar e dá desculpas indispostas quando tudo não passara dos ataques de menarca ou menopausa.
No céu quem sabe uma luz... No céu quem sabe os holofotes chamem super-heróis noturnos e cavaleiros das trevas. No céu quem sabe o beijo da lentidão lhe traga amargas recaídas sobre os escolhos do escarro, e tu se torne negrume, negra, negra como a aurora do Nirvana.