QUANDO TUDO PARA

O relógio nunca para

O tempo para

Os passageiros são varridos

Pelo avião

Pelo homem-bomba

Pela tempestade de areia

Pelos mísseis do deserto

Pela turbulência.

A vida acaba

Para os que são consumidos pela inanição

Pelos espinhos do facheiro

Pelas balas perdidas

Cruzando o morro e o asfalto

Iluminam as noites do Rio

O Redentor aturdido

Abre os braços

Numa evidente rendição.

JOEL DE SÁ

16/02/2010.