INQUIETUDE DA ALMA
Como eu gostaria de ser um dos irracionais... Que mau nenhum ao mundo faz, percorrem livres sem nada pensar... Sobrevivem com o que é necessário para suas vidas, não acumulam excessos, não roubam, Não matam ninguém por ódio e vingança... Poderia ser um leão, tigre talvez..., assim como um pássaro ou peixe..., não sei! Bastaria não ser da espécie humana. Viveria com liberdade e simplicidade e não se frustraria com as perversas lideranças... Enganam, semeam tristeza e todas as infelicidades. E cada dia, no jardim das agonias, nasce um pé de incredulidade.
Poderia ser também uma espécie vegetal, dessas que dão flores e frutos... Eu adoraria ser qualquer espécie nesse planeta. Menos a espécie humana! A única que não reconhece a sua espécie e destrói a si mesmo e todas as outras. Não conhece os limites que possui e não respeita o espaço de outras espécies.
Já foi o tempo que o homem vivia ligado de forma umbilical com Deus, em que havia uma intimidade... O homem participava da natureza das coisas e as coisas participavam de sua natureza, a integração era melhor e bem sucedida. Mais humana! O sentimento de pertença era outro e parentesco também. Estamos à procura do perdido. Vivemos afetados pela própria existência e pelo mundo na totalidade. Vivemos em busca de sentir, e sentir é captar o valor das coisas, caráter precioso dos seres, que os torna dignos de ser. Quanto conflito! Mergulhada em filosofia, tento escapar através da poesia... A única que me salva por permitir a transcendência da concretude inerte.