A marca da zorra

O sol apagou sua luz e você nem viu

As luzes da cidade se acenderam e você sumiu

Pendurei meu chapéu de palha na calha,

Agora uso um gorro de lã.

O tempo muda, muda está a nossa cara.

A parede, muda, não diz nada,

Nada que as obras de arte não diriam;

Não há silêncio na sala,tudo fala...

Só a tv prefere não falar de você.

O relógio só marca outra hora

E outras marcas invadem as nossas coisas,

Assim como outras coisas invadem a nossa marca,

Que, maculada, é a marca da zorra

A marca da sua mancada.

Eu, que gostava da moda com cores de contraste,

Agora, sou um contraste com as cores da moda,

Mas, quem se incomoda?

Minha cara, nas vitrines, ta cada vez mais estranha

E o espelho mostra exatamente o que eu não sou

Ele diz que tenho cara de outono

mesmo em pleno verão.

Mas, no front, não há nada de novo

A não ser a cara do povo,

Que se desorganiza em multidão

E, caminha às cegas pra lugar nenhum,

parece até que também procuram por você

Se eles não sabem pra onde vão...

Eu não, vou seguir meu coração

Como o poeta da canção...

Eu vou pra maracangalha

Eu vou convidar a Anália

Voltar pro chapéu de palha.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 14/02/2010
Reeditado em 05/06/2011
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