Acalorada ausência...

Acalorada ausência

Parte 1

Dormir ausente de ti.

É como dormir do avesso,

Sem berço,

Rota e moribunda,

Sem ti me desconheço.

Dormir sem estar envolta por ti é

Definitivamente vaguear,

Perambular no sono e não descansar.

Ontem de mim foste distante.

Apartado.

Revirei-me por dentro, catei teu cheiro em mim.

E inodora fui.

Ontem,

(Não) dormi sem ti.

Desse envolver tenho vício,

Da pele que atiça tenho falta,

Do olho desnudo que despe o meu no amanhecer

Sou viciada...

Dependo

Decorro,

Derivada desse teu existir,

Do teu desaguar tenho sede,

Fome,

Ávida e em sofreguidão...

Insaciável de ti.

Ontem, na noite perene e escura.

De mim te foste,

Levaste a calma e a serenidade

Carregaste minha mansidão.

Restou um fogo que chorava e ardia.

Ardia e queimava,

Incendiando as horas,

Corpo e cama não se entendiam.

Passou um furacão, revirou,

Sacudiu,

Tremeu...

Foi a ausência de ti.

Agora nas agruras das horas,

No cansaço do olhar te peço

Vem,

Vem pacificar esse estômago a revirar

Vem!

Sanar com teus beijos a febre que seca,

Vem copioso,

Veemente,

Intenso e revoltoso,

No meu mar de convulsivos quereres esgotar.

Impetuosamente...

Exaurida quero estar...

Espero e quero,

O teu enredar,

Esse embaraçar de teias e pernas,

A confundir-nos de tão unos,

Entranhados,

Embrenhados na lascívia desse (a)mar.

Vem,

Não tarda...

Agonizo,

Não te atrasa...

Padeço de tanto te cobiçar...

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 12/02/2010
Código do texto: T2083729
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