Minha angústia
Choro.
E não que as lágrimas me sejam peculiares.
É que a angústia que me move ao ermo é mais forte do que eu.
É mais forte...
E antigamente os cigarros davam jeito.
E noutros tempos a vida era mais controlada,
com saídas e escapes que eu dominava mui bem.
Mas agora, não.
Não há mais domínio.
Há sim, uma tentativa louca de reaver a paz,
uns anseios tristes de me entregar,
uma fusão de sentimentos que me trazem enxaquecas terríveis.
E vou aos comprimidos,
e tento novamente os cigarros,
e dou-me ao etanol industrializado,
ao natural,
às ervas...
Choro.
E permaneço chorando, porque a tua queda me matou.
Se estás no chão, estou na lama.
Se te atormentam,
é a mim que maltratam.
Estamos intimamente ligados,
fraternalmente abraçados.
Amores amavelmente amados.
Choro.
Choro mais um pouco,
e a vida acaba de passar na outra esquina...
E eu acabo de perder a oportunidade de viver melhor,
de te amar de novo,
de não chorar por uns tempos.