O visitante chegou
Tá tudo tão estranho...
As casas caem,
os homens padecem,
o resto aparece, como sustento aos remanescentes.
Mas não queremos sustento de restos...
Não merecemos tão pouco.
Merecemos?
Tá tudo tão estranho,
desproporcional.
Angústias são normais a essa altura do jogo,
e o homem chora,
e as mães choram,
e eu me calo.
Calo-me diante da perversão do que se vê.
Calo-me por não ter mais palavras.
Calo-me por não poder ajudar,
e como o mundo anda caído,
caio também,
padecendo,
executando-me,
atirando-me ao nada,
ao meu nada particular.
É tempo de angústias.
É tempo de guerras.
E os bichos,
naturais,
anormais,
(os de Bandeira),
todos,
um a um,
vão se calando...
É que o fim já bateu à nossa porta...
É que estamos com medo de abri-la.