BUSCANDO

Já senti por momentos, espíritos doentes a ponto de mandar embora a compaixão fazendo da vingança sua companheira.
Vi quem passara os dias plantando trigo deitar fogo em tudo quando seria hora da colheita para cultivar batatas; Porque perdera a capacidade de entender que as espigas estavam maduras. Vi outros enclausurados num corpo que tentava provar ao mundo que crescera, evoluíra; Surpresos por sentirem-se tais quais elefantes, mas a picada de uma formiga ainda os incomodava com a mesma intensidade de antes. Descobri que a paz é o premio do dever cumprido com honestidade, porem perde-la por nunca sentir-se satisfeito com minhas ações por mais que realizasse. Entendi que o perdão é uma alegria que a gente se da, e senti que jamais me dei. Já senti o perfume de quem me faria feliz, mesmo quando não a tinha ou até quando esta pessoa era só cria da minha imaginação. Já voltei a ver o mundo em branco e preto como um recém nascido; Já apaguei vírus que entrou em minha coragem adoecendo meu eu. Já demoli muralhas que se colocaram em minha paz; já reencarnei no mesmo corpo, esquecido do que fiz, lembrando do que ainda não havia feito. Senti saudades ,tive vontade de voar pra perto dela e estando junto parar o tempo; Amei tanto que tive vontade de morar dentro dela, mas a porta estava fechada. Já fui tão sincero que cheguei a falar com os outros como se eu estivesse do outro lado me ouvindo; Senti-me só, cercado de pessoas, mas em meu coração não via ninguém por perto. Cheguei a ter um rio de água quando pedi um gole para matar a sede. Senti meus olhos brilharem quais duas estrelas simplesmente por sentir o olhar de alguém em mim; já abdiquei da minha essência por outras melhores e piores. Já me peguei cego de olhos abertos e já vislumbrei de olhos fechados mais do que jamais outros verão. Já fui e voltei a lugares que talvez só eu conheça; Já me encontrei e perdi tantas vezes que não sei mais se sou ou estou. Já tive as mais belas mulheres, melhores roupas, bebidas finas, finos charutos e ambientes sentindo-me pobre e só.Retorno de uma viagem que nem sei se empreendi, curioso com tudo, sem saudades de nada e nem sei porque e até quando vou ficar por aqui. Vesti tantos personagens para por fim descobrir que só vaguei a esmo; vou jogar fora as roupagens, personas e sonhos mundanos. Aprendi que só posso ser feliz completamente vestido de eu mesmo.
 
 
 
 


Cesar Liczbinski
Enviado por Cesar Liczbinski em 10/02/2010
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