Prova de Amor esquecida
Dedicado a Soror Mariana Alcoforado
Procurei por ti,
só,
na cela fria deste convento,
até o esquecimento, levar de mim
o teu rosto -
desgosto
gosto, do que é amar.
Esse nevão que por aqui passou sob a pele áspera de quem luta, deixou pedaços de ti na neve - minha pele.
E na sombra do dia frio:
o meu peito.
O despeito de ser tua.
que nua
te quis mais!
Crente
no sentimento em que flutua
o corpo
a alma,
e dessa calma
me tiraste, até a ternura.
A presença vã do que eras em mim recortada, colada, tão sentida que feria - era apenas a saudade que se oferecia, em mim enaltecida.
De quem fui
e de quem amei resta
um pouco
nas margens ricas de uma memória fragmentada. A tua.