Prova de Amor esquecida

Dedicado a Soror Mariana Alcoforado

Procurei por ti,

só,

na cela fria deste convento,

até o esquecimento, levar de mim

o teu rosto -

desgosto

gosto, do que é amar.

Esse nevão que por aqui passou sob a pele áspera de quem luta, deixou pedaços de ti na neve - minha pele.

E na sombra do dia frio:

o meu peito.

O despeito de ser tua.

que nua

te quis mais!

Crente

no sentimento em que flutua

o corpo

a alma,

e dessa calma

me tiraste, até a ternura.

A presença vã do que eras em mim recortada, colada, tão sentida que feria - era apenas a saudade que se oferecia, em mim enaltecida.

De quem fui

e de quem amei resta

um pouco

nas margens ricas de uma memória fragmentada. A tua.

Madalena Castro
Enviado por Madalena Castro em 10/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2079727
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.