Outra vez...

Outra vez estamos aqui.

Outras vezes estávamos lá.

E ambíguos, acariciamos a vida que brota na palma das nossas mãos.

Outra vez o toque é cálido...

E carinhosos são os ventos que deflacionam a superfície dos nossos corpos.

Outra vez...

Outra vez eu amei,

não fui amado,

fui desprezado,

isso sim.

Mas não faz mal...

De desprezo em desprezo a gente chega a um consenso.

Desprezado ou não, nós consentimos,

e a vida acontece,

e o mundo padece,

e as curvas são mais sinuosas,

beirando os abismos.

Noutras vezes,

quem sabe

não possamos tentar outra vez.

Depende de outra vez...

Independe de nós.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 10/02/2010
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