Outra vez...
Outra vez estamos aqui.
Outras vezes estávamos lá.
E ambíguos, acariciamos a vida que brota na palma das nossas mãos.
Outra vez o toque é cálido...
E carinhosos são os ventos que deflacionam a superfície dos nossos corpos.
Outra vez...
Outra vez eu amei,
não fui amado,
fui desprezado,
isso sim.
Mas não faz mal...
De desprezo em desprezo a gente chega a um consenso.
Desprezado ou não, nós consentimos,
e a vida acontece,
e o mundo padece,
e as curvas são mais sinuosas,
beirando os abismos.
Noutras vezes,
quem sabe
não possamos tentar outra vez.
Depende de outra vez...
Independe de nós.