A DOR DESSE AMOR...

Tanta saudade... Tanto silêncio e solidão... Meus braços vazios, meu corpo frio, minh'alma que parece ausente... Porque você não está, porque anseio pelo seu calor, seu beijo, seus braços me envolvendo... Ah! Como preciso de você... Seu olhar encantador, o perfume suave que exala do seu corpo, provocando meus sentidos... Onde, agora? Onde não posso sequer pensar, para não enlouquecer de dor... Às vezes sinto que tudo é um pesadelo, como tantos que já tive e que quando acordar, o verei ao meu lado, sorrindo - me com aquele sorriso que me enternecia... A realidade me desilude com requintes de maldade, me prova que não estou sonhando, quando um relâmpago clareia o quarto, através das cortinas e um uma trovoada parece ecoar dentro de mim, abalando minha estrutura, assustando - me; e eu me encolho, me aconchego contra mim mesma, numa posição quase fetal, enquanto lembro de quantas vezes isso aconteceu e você me abraçou, fortemente, para me dar segurança, afastar o medo.... A chuva cai de repente, ouço - a no telhado e não mais consigo pensar nela como uma "cantiga de ninar", para embalar - me nas noites insones, nas horas vazias... No travesseiro, a umidade das lágrimas quentes e inesgotáveis que rolam pelo meu rosto, já tão sulcado pela dor, pela saudade, pelo tempo inexorável que passa sem trazê - lo de volta, para mim... Num ímpeto quase irracional, eu o chamo aos gritos, grito que o amo, amo, amo!!!! Mas meus gritos se perdem entre os trovões e o turbilhão da tempestade... E não posso deixar de compará - los com o que vai dentro de mim... Nem Paz, nem silêncio, nem calmaria... Amor, apenas o amor que a cada dia mais se fortalece, como a saudade que me domina, me escraviza, da qual tenho medo que acabe me levando à loucura... Não porque eu o deseje, mas porque não sei se conseguirei suportar muito tempo, mais, a sua ausência... Que sentido existe, para mim, continuar vivendo, sem você? Por que não ouve minha súplica nas entrelinhas do que escrevo? Porque estou morta, para você... Porque tudo que um dia existiu de maravilhoso, entre nós, foi substituído, em você, por outros tantos sentimentos, inexplicáveis, para mim... A tempestade está cedendo... Tentarei conciliar o sono... Sei que Deus me perdoará quando, em minha prece, eu Lhe suplicar que me faça acordar entre anjos e nuvens brancas, macias como arminho, minha alma leve como o vôo dos querubins, finalmente liberta da dor desse amor...