O poema que antecede o abismo
Há uma dor profunda aqui no peito.
São ausências,
demências,
denúncias que me conduzem ao erro.
Há uma dor profunda em meu ser.
São dores de parto,
abortos,
absorto momento que me corrói a dupla camada lipoprotéica.
Há uma dependência enorme em expressar-me assim, vez ou outra,
co'o espírito compungido,
para que o bálsamo das palavras,
entremeado às ramificações da fé que me sustenta,
possa me tornar atrevido,
obstinado,
desinibido,
exaltado.
Há uma rima que rima de forma rica...
Felicidade rima com lealdade.
Mas não tenho sido real,
tampouco feliz.
Sou apenas o objeto que acolhe as dores humanas.
Sou apenas a dor que se humaniza através das palavras.