Resistindo.
Acordo sempre na mesma arena da vida com um dia pronto,
Com meus segredos desvendados depositados em beijos de mel,
Defino minhas distâncias de longe a perto, de ponto a ponto,
Visto meus entretons diferentes contrastando com o tom pastel,
Sou cavalariano, cavalheiro de um reino a muito já esquecido,
Brincando cautelosamente com a coreografia de um sorriso certo,
Escolhendo os contornos múltiplos nas entregas dos tempos idos,
Nas várias travessias das passagens ausentes que ficam aqui perto,
Avivo o cáustico da lembrança em turbilhões de sentimentos,
Festejando os fanais, as aclamações no ponto médio de reiniciar,
As aspirações primitivas, o sopro do “Criador” em todos os elementos,
Picadeiros e contos diversos, que o tempo se apressou em me entregar,
Mas quando for à hora, precipitar-se-á o cortejo, surgirá um novo dia,
Aqui mesmo romperá outra aurora, neste adequado e pulcro lugar,
Consentirei o rescindir do alvorecer na faceta de uma nova euforia,
Acompanhamentos aludindo para ir-me, mas direi que quero ficar...
-“Eleva-se a expressão singela, na bruma terna de um contemplar,
Sorri e parte, vai ao encalço do perigo de um companheiro amor,
O olhar é utopia, a ansiedade espreita sem perdão, sem se importar,
Fecho os olhos, sigo então a marcha que os passos possam compor,”-
Num mesmo andar conluiado, o insano movimento manda em mim,
Regressa na perseguição do atrativo de uma ternura para não chorar,
...Por que será que meus tantos caminhos têm que ser assim?
Arrojo-me nesta insanidade inquirindo se esse é o meu lugar...
Ajusto-me diariamente achando um meio de não ir embora,
Um retardamento contínuo como justificativa para ficar,
Que me permita permanecer sempre aqui neste agora,
Repousando na ternura ingênua que encontrei no teu doce olhar!