Insana oscilação.
O demente se sofistifica, mas sem direção nunca sai,
Por Alienado, ainda crê no espírito sonhador,
Sempre aberto ao gosto da vida, se entrega e vai,
Um lado precioso de certeza na amplitude do amor,
A loucura nos espreita sem perdão,
Sai no acossamento das ameaças do afeto,
Continuamente afirma que o querer é pura ilusão,
Desejo cego, sai sem se importar com o que é correto,
O alucinado rascunha sua história num quadro-de-giz,
Com ironias hipotéticas, o seu olhar percorre o chão,
Nesta psicose vislumbra artimanhas na tarde gris,
Ouve o que interpreta na base de outra visão,
Para o doido, os sentidos são assim,
Mas os quereres de amar, um louco também sente,
Os ouvidos escutam a história sem fim,
E repassa sem medo de blasfemar a toda a gente,
Dou-me a esta contemplação que a insanidade resiste,
Pois também sou louco nesta condição,
Ofereço-me a esta piração que em mim existe,
Quando o amor balança meu coração,
E silencio em mim a dita correspondente de sanidade,
Deixo fluir esta outra metade que sempre quis,
Protejo-me da lucidez encoberta pela falsidade,
Assumindo ser este louco, mas sendo feliz!