Insana oscilação.

O demente se sofistifica, mas sem direção nunca sai,

Por Alienado, ainda crê no espírito sonhador,

Sempre aberto ao gosto da vida, se entrega e vai,

Um lado precioso de certeza na amplitude do amor,

A loucura nos espreita sem perdão,

Sai no acossamento das ameaças do afeto,

Continuamente afirma que o querer é pura ilusão,

Desejo cego, sai sem se importar com o que é correto,

O alucinado rascunha sua história num quadro-de-giz,

Com ironias hipotéticas, o seu olhar percorre o chão,

Nesta psicose vislumbra artimanhas na tarde gris,

Ouve o que interpreta na base de outra visão,

Para o doido, os sentidos são assim,

Mas os quereres de amar, um louco também sente,

Os ouvidos escutam a história sem fim,

E repassa sem medo de blasfemar a toda a gente,

Dou-me a esta contemplação que a insanidade resiste,

Pois também sou louco nesta condição,

Ofereço-me a esta piração que em mim existe,

Quando o amor balança meu coração,

E silencio em mim a dita correspondente de sanidade,

Deixo fluir esta outra metade que sempre quis,

Protejo-me da lucidez encoberta pela falsidade,

Assumindo ser este louco, mas sendo feliz!

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 09/02/2010
Código do texto: T2076884
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