PARA PESSOAS EXTREMAMENTE ROMANTICAS.

ANTES DA TEMPESTADE

Ela sentou-se no sofá da sala e ergueu as pernas, se encolhendo e apoiando a cabeça no encosto da poltrona, ficou ouvindo o rugir do vento que vinha chegando anunciando a tempestade, seu olhar agora vaga lentamente pelos cantos vazios da sala, sentindo de perto a firme presença de solidão, então ela fecha os olhos e liberta o pensamento, deixa que ele voe e visite distante mundo, universo só seu. Ela está quieta, sons, apenas o vento e seu coração que bate forte, numa confusa mistura de sentimentos, ela agora é toda “ alma”.

Enquanto isso, a tarde vai se despedindo e cedendo lugar a escuridão da noite que vem para mais um reinado. Ela esboça um sorriso, mas lá no recanto de seu ser, uma louca vontade de chorar, no mesmo instante em que o vento passa pela janela, só para assistir a magia daquele momento.

Horas se passaram e ela permanece ali, em silêncio, em um verdadeiro transe, enquanto o vento, agora bastante intrigado pensa em tirá-la para dançar, mas teme desperta-la e quebrar o encanto, ele sentiu sede e quis beber na fonte dos pensamentos dela, ela percebe e exibe o mais belo dos sorrisos, ele se aproxima, não em rajadas, mas em suave brisa e beija seu rosto, ela suspira e ele sussurra, ela se sente amada e ele se apaixona. Enquanto ela, fica ali, ainda embalada pela leveza de um beijo, ele sai veloz, dispara feito um raio, penetra nos vales, explora as montanhas, move as águas dos rios, leva as ondas a beijar a praia e retorna a sala para agitar os cabelos dela.

Depois de algum tempo, ela se levanta e vai até a janela para fecha-la, o vento percebe que o namoro acabou e chegou a hora de partir, ele acena com um beijo e se vai.

Depois de alguns segundos a chuva começa a cair, enquanto ela dorme embriagada em seus sonhos.

Francisco

Francisco A Silva
Enviado por Francisco A Silva em 08/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2075777
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