Tenho a Chave

Não me importam as ervas

Tenho o olor dos perfumes

Não me ceiam os chacais

Doto fomento aos cometas

Não me pungem pela estaca

Meu vento venta torto.

Meus cálices são untados

Comprometo-me a escolher

Pros mafarricos, a granada

Não me mugem os macacos

Sou veloz, sou ouriço

Armado aos dentes, na trincheira.

São sisudos os membros expostos

Requeijão às terapias, boto-as na meda

Meu cantar é de aventura

Meus concertos, parlamentos

Fiz canjica ao engraxate

Do tonel, migrei às faces.

Não tenho a avenida das coisas

Sumo pelos inóspitos bairros

A correr à espessura dos altares

Que me cessam os zigotos, pelas rodas

Meu legado, não decoro, leciono-o

Ao mês de meu invento, bato palmas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 02/08/2006
Código do texto: T207514
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