Heresia

Meu terremoto parou

No limo do picadeiro;

Pretendia ostentar mais um tomo

Foi barrado no portal do sal;

Inventor da mania amarrotada

Que afoga a água e desnuda;

Nada, um maço de palha

Carregado no arco da velhice;

À letra mais terna

Da noite encapuzada

Murmura o anjo borrão, fatigado

De lastro e coleira no vão;

O peixe de escama lixada

A urinar clarinho, bem de sapinho

Debaixo, o deus da morada.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/08/2006
Código do texto: T207111
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