(RE) PARIR...

Eu não posso sentir a sua dor, não posso sangrar a sua ferida, não posso reter as lágrimas que te rolam os olhos e escondem o brilho da tua juventude, não posso impedir que esse luto te machuque…

Eu não posso te amparar pra não “quebrar a cara” como te amparava nos primeiros passos…

Eu não posso segurar sua mão como segurei a bicicleta…

Eu não posso te levar até o seu destino como te levava à escola…

Eu não posso ficar na platéia torcendo e gritando como no domingo de judocas…

Eu não posso sentar a seu lado para, juntos, fazermos a “lição de casa”…

Eu posso - apenas – te dizer que o telefone está ligado 24 horas do dia, que a todo minuto checo a caixa postal, que a todo momento verifico os emails recebidos e que a porta da sala está encostada.

E desejando que passe logo…

Porque vai passar.

TUDO PASSA!

Até as coisas boas.

PUBLICADO EM www.simonecosta.wordpress.com