Inescrutável Fonte de Inspiração

O mar percorre-me os meandros

Meus caminhos, de menino

Desde o calçar das botas em suas ondas

A fé das idades, das ilusões, o labirinto.

O mar escoa por verdades

Absolutas e invariáveis

Premissas de trovas, romantismos

A aurora paciente me olha, olha...

Faz da poesia, a doação ébria da carne

Viscosa linfa embebendo brandos toques

Rostro infinito a perfurar e a persuadir

Monta cama nas ilhas e arquipélagos famintos.

Minhas reminiscências

Pífias, jarretes fissurados, sem o mar

Não há pensar, há penar, lamentar

Meu arrimo céu de tantas estrelas.

É meu hálito, meu mau hábito

Rabo de cometa a passar mudo, eloqüente

Recomeço duma paisagem cubista, mordaz artista

Da vida em tela, enluarada de júbilo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 31/07/2006
Código do texto: T206273
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