Inescrutável Fonte de Inspiração
O mar percorre-me os meandros
Meus caminhos, de menino
Desde o calçar das botas em suas ondas
A fé das idades, das ilusões, o labirinto.
O mar escoa por verdades
Absolutas e invariáveis
Premissas de trovas, romantismos
A aurora paciente me olha, olha...
Faz da poesia, a doação ébria da carne
Viscosa linfa embebendo brandos toques
Rostro infinito a perfurar e a persuadir
Monta cama nas ilhas e arquipélagos famintos.
Minhas reminiscências
Pífias, jarretes fissurados, sem o mar
Não há pensar, há penar, lamentar
Meu arrimo céu de tantas estrelas.
É meu hálito, meu mau hábito
Rabo de cometa a passar mudo, eloqüente
Recomeço duma paisagem cubista, mordaz artista
Da vida em tela, enluarada de júbilo.