Não Há

Não há ipê que floresça

Ao embaraçoso julho da língua

Não há músculo que enrijeça

Ao desastroso tinir do assombro

Não há viúva sem teia, frio que esteia

Ao voluptuoso ressarcir das contas

Nem idéia sem mate, nem frade que ate

Ao desaconselho fugaz da malva

Vamos adormecer nas pedras e areias!

Não há fato em repouso, nem por pouco

Ao breve torpor da decantada bandeja.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 31/07/2006
Código do texto: T206267
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