Tarde de Julho

Ó tarde de fleimão neste Julho pegadiço

Chovendo à melúria dos pingos, lavando a alma

Só não fleima a chuva minha

Pois, a tarde está pingada

Queimando tochas leitosas

Fulgor e celibato.

Pingando sobre o leito, o fogo preciso

Segue aceso, o conluio fulgurante da chuva

Lava o Julho, a tocha solfeja a só;

Só não é minha, a fulgurante tarde

Porque limpeza é melúria da alma

Pudor e mesa farta.

Por mais molhado e pingado o leito que fleima

Aquece com o lume resmungado, a alma nesta;

Monta conluio com a farta mesa, o solfejado meu

Só não chove em mim agora, porque o pingo se apagou

Celibatário e pudibundo;

Já é tarde.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 31/07/2006
Código do texto: T206262
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.