Recém Casados
É bom ter um companheiro
Um companheiro de jornada
Mas uma coisa serena, sem paixões desvairadas...
De todos os meus casos
O que mais me deu causos foi ele
De todos os meu cachos,
Foi o tal quem mais me incentivou naquilo que os outros
Sequer cachos tinham pra me ouvir
Será que também realizei nele tal proeza?
O caso é que o fulano é meu caso
A criatura que melhor me conhece
E respeita as tais das peculiaridades
Que trago n’alma...
Desconfio cá com meus botões
Que o causo é recíproco, ou quase.
O fato é que nos tornamos almas afins
E fazemo-nos companhia...
E como dizia o escritor,
Estamos se rindo um pro outro...
De pessoas viventes nessa terra
Que estejam assim nessas condições
Com relação à minha pessoa,
Posso dizer e acredito, são bem poucas.
E ainda por cima,
Do sexo masculino,
E que estejam dispostas a um caso sério,
Desses duradouros...
E inda por cima com uma criatura andrógena.. filho de logun-edé...
Aí então, piorou...
Talvez haja uma única pessoa assim, pra cada pessoa assim...
E eu, valha-me Deus
Parece que achei o meu
E por via das dúvidas, chamei ele pra casar.
Pois vai que seja isso mesmo, não posso deixar passar.
Ele não é assim perfeito
E até mesmo muito pelo contrário
Defeito tem pra mais de metro
Tanto é que me faz pensar às vezes em mandar pras cucuias
E tanto é que assim já fiz...
Mas é que o mesmo pode ele dizer de mim
E de fato, já fizemos
Já nos mandamos pras cucuias
E isso pra mais de vez...
Fomos, e voltamos
E de novo fomos, e de novo voltamos...
Até que um dia a gente voltou, lá das cucuias
Pros braços um do outro
E desde então, e por enquanto,
Simplesmente estamos.
Casamos.