Hóspede

Eu achava que era bom...

É bom e amargo.

O gosto,

o mel,

o sabor entremeado à saliva...

Eu achava que era meu...

É meu e vosso,

junto,

reunido,

cautelosamente agredido,

matrimônio meu e teu.

Eu achava que achava...

Não,

eu tinha certeza:

somos iguais,

quase incesto,

quase proibídos...

Quase.

Daí a felicidade mais acessível.

Daí a felicidade como hóspede permanente em nossas vidas.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 29/01/2010
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