VÔO

Sentada aqui, nesta relva macia, sinto um relaxamento tal, que meu corpo queda e minha alma se eleva. Não sei se apenas fujo da tristeza ou se busco, no infinito, o bálsamo para minhas dores. Só sei que vou, me alço num vôo interminável, que não alcança o tamanho, nem o fim. É um sair de mim, rompendo as fronteiras do palpável. Como um condor cortando os ares, me vejo livre e altaneira. O vento leva minha alma, qual asa delta planando no azul do firmamento.

E me seduz o que vejo. Deixei os males, balsamizei as feridas e meu espírito se extasia com a multicoloridade do astral. Encontro novos sonhos ali, intactos, como se a espera de que eu os acione e os carregue comigo. Vejo as dificuldades que a vida me impôs, vencidas uma a uma, envoltas no florido depósito das minhas vivências. Uma felicidade imensa me toma por inteira. A paz envolve minha alma. Encho o coração desses fluídos vitais e os carrego comigo no retorno.

Está na hora de voltar. Afinal meu momento é aqui, nesta Terra abençoada, para fazer a parte que me toca na transmutação das energias.

Giustina
Enviado por Giustina em 28/01/2010
Reeditado em 14/05/2015
Código do texto: T2056675
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