Apenas Prosa Poética...

E da ponta de uma bobeira à outra a gente se resume em sílabas concretas, fica contando nos dedos o número de mediocridades e injustiça que nos fizeram subir, cair, segurar contra a parede de vidro, de pedra, de pano, de nada!

A gente conta prosa pra nada, pra tudo, pros outros ou simplesmente pra si, pra se regalar de ouro imaginário, pra esconder todo este dilúvio de cinzas embaixo de um tapete, pra dar a outra face à tapa enquanto tenta esconder os pepinos que surgiram na empresa, na família, em casa, na laringe própria ou apenas no mundo todo.

Escorrega como quiabo verde a palavra maldita ou a palavra mal dita, quando o sujeito está entreposto num rodízio de perguntas afiadas, uma cadeira quente, um caco de porcelana no pescoço pronto a ferir, pronto a mostrar à vítima como é o sangramento incomum da louça partida do casamento sem frutos, sem filhos, sem gene, sem prosa poética!