Rua dos ferroviários

Rua dos ferroviários assim chama uma rua

Rua aquela que passo todas as quartas frias de junho

Admito que eu tenha pensamentos egoístas e apenas sobre meu mundo quando passo por ela

Pois quem normalmente prestaria atenção em uma rua?!

Porém de uns dias para cá eu venha passado por ela e me atrai pela tua escondida beleza

É estranho, mas realmente sonhos vidas e lugares são como vinhos em uma adega

Todos são tão interessantes para nós mesmo que mesmo nos exibindo para alguém nos ver

Ninguém nos ama. Ninguém nos admira. E até ninguém se lembra de nós.

Rua dos ferroviários ou Railway como se diria se fossemos americanos

Porém esta não é uma história de romance americano tão pouco de história de um país

Se bem que ao passar pela rua dos ferroviários tudo é algo como uma história

É como eu não ter vivido até o dia que eu conheci esta rua

Não sei se é certa paixão pelo passado tão pouco sei se o que senti sobre ela era paixão

Mas é que me envolve com sei jeito simples. Como uma história que passou por ela

Como se estar em um lugar onde um dia foi algo grandioso e hoje é apenas histórico

Sei bem que minha visão sobre ela é algo intrigante, pois passei o dia pensando nela

Não saíram de minha cabeça em nenhum momento do dia as cenas que vi nesta rua

Como se em apenas um dia eu admira-se o passado e o presente em segundos

Esta rua com tuas lagrimas escondida com cimento e risos falsos de medo

Disse sussurrando em meus olhos oi lembra-se de mim

Bestifiquei-me ao começar a caminhar por ela e notar cada centímetro e cada fagulha de vida

O que pensei e o que vi direi de uma forma meio poética agora para você meu amado leitor

Sei que é extenso este poema, porém digo-te de coração valerá cada centímetro redigido

Rua dos ferroviários engraçado como teu chão não é mais aquele terreno vermelho de vida

Tuas casas hora de madeira hora de cimento bruto que esconde tuas antigas belezas

Tua fauna encoberta pelos fios elétricos e tuas casas com muros gelados e enormes

Onde se dá a imaginar que em teu passado os portões eram apenas cercas de madeira

Onde passará um poeta em teu passado e cumprimentara a vizinha com um sorriso

Sorriso este acompanhado de uma “boa tarde dona” e sempre bem recebido com o mesmo

Tua atmosfera de cheiro de café da manha e tuas casas com lindas roseiras e animais felizes

Animais estes que hoje vivem trancafiados com portões gelados ou madeira bruta com pregos

O que um dia foi épico hoje é assustado o que um dia foi simples hoje é escondido e sozinho

A face da bela vizinha hoje é um olhar de quem sofreu algo em teu passado

Passado este que a fez sofrer chorar tremer gritar aumentar teus muros e odiar teus visinhos

Vizinhos aqueles como o poeta que passava e lhe cumprimentava todos os dias com felicidade

Porém ao sofrer em teu passado hoje o poeta é tido como alguém que não se conhece mais

E o antigo moço jovial e feliz que dizia bom dia já não mais tem nada em resposta

E hoje este poeta sou eu o qual ainda passa pela mesma rua e ignoram-me com ódio nos olhos Fazendo-me Sentir como uma criança que se encolhe no canto acuado e sozinho

E a cada dia novo de quarta onde é frio e o vento balanças as samambaias e palmeiras

Junto com o vento gela meu corpo e faz meu coração tremer de solidão

Penso que esta certa e mentiroza forma de viver foram nos ensinada pelo mundo de hoje

Mundo de hoje que vejo como um ser abominável e solitário que acha que é feliz sozinho

Mundo este que me ensinou que Rua dos Ferroviários é apenas rua

E que teu coração caro leitor não merece ser amado nem por mim e nem por ninguém.

Pois o mundo me ensinou a não valorizar você. O Mundo me ensinou a não te amar.

A não te ouvir e a não acreditar em você. O Mundo, pois dentro de minha cabeça que tu não é importante para mim e que eu não sou um acompanhante em teu sonho e sim um encosto.

O Mundo de hoje é frio. O Mundo de hoje obriga a criança de meu coração a se acuar em um canto gelado de amor e sozinho de carinho e manda-me gritar “eu me amo” para meu coração para por um segundo eu me tornar mais egoísta e mais independente de ti.

O mundo de hoje é um moleque com uma lupa em sua mão. E eu sou a formiga esculpida pelo mundo de hoje. Este mundo que não há mais carinho. Não vê nada de importante em mim e nem em ti tão pouco nos vinhos das adegas de nossos irmãos e amigos. Não acredita mais em um sonho e muito menos vive um e se tu mostra-lhes teu sonho a ele apenas receberá risos de deboche, pois tua beleza não agrada o Mundo e teu sonho é algo que nunca se realizará. Mundos de hoje onde os velhos passam seus momentos em seus lares sozinhos e com velhos hábitos e vícios antigos. E a cada dia que passa apenas espera findar o dia para começar o outro. Achando que algo acontecerá contigo ou que Deus descerá do céu dizendo vamos embora. Se tu me perguntas onde fica rua dos ferroviários? Bem te direi. Rua dos ferroviários fica onde finda o mato grosso com cercas elétricas de medo e asfaltos de passeios públicos e vazios. Onde finda a poesia de um poeta e começa a lagrima de uma jovem solitária. Onde acaba o sonho do triste e pobre homem e começa o medo do louco mundo solitário. E onde tu encontras apenas almas que vagam pelo prazer de tem “amor próprio” criado pelo Mundo de hoje. Engraçado viver em um mundo onde não preciso de ninguém para ser feliz. São umas felicidades não compartilhadas e muito menos vivenciadas por pessoas como seus amigos ou pessoas que você ama. Estranho o mundo de hoje no calor do país do futebol ser tão frio em relação a amor. Acho que nos dias atuais a vizinha que dizia bom dia acende um cigarro e acha que aflição acelerará o relógio em teu pulso. A jovem que olha teu celular para ver as horas correndo e tua carona publica não chegando a torna mais aflita e com tua massa pensante fala sozinha consigo sussurrando “este ônibus não chega logo afff”. O poeta anda em um passeio público ouvindo apenas pensando em uma frase linda que ele ouviu quando era garoto e que fida-rá este poema de rua dos ferroviários. Pois o resto desta história não é mais importante para ti. Para mim. Para o mundo de hoje. E para seu coração que continuará sozinho e sem ninguém.

“Cada coração há uma história a ser contada conhecida e se possível amada. O coração humano não foi feito pra ser solitário. Precisa ser povoado. Preenchido com outras presenças. Sozinho significará pouco, porém ao se abrir multiplicará o que por natureza lhe foi dado...”

Dionivam
Enviado por Dionivam em 28/01/2010
Código do texto: T2055350