Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui...
  (José Saramago)



Não sei do que é feita essa dor latente, que pulsa querendo se soltar das selas. Esse caminho  batido, corroído pelas traças que sempre passam com os mesmos passos lentos.
Boto os meus defeitos na mesa,defeitos vistos por olhos fechados, trancados,parados...
Reinventar caminhos?
Sim, ousar na contramão
lançar-se numa mão qualquer, sem direção
A espera de algum vento bom,
Guardar as fraquezas, me abandonar nesses espaços de mim,
espaços que as vezes nem me caibo, nem me preencho
E nesse cantinho longe  e aqui, quero ficar quieta,calada, pois não há nada  a dizer quando  não há sons revelados.
Quietinha a esperar um novo sol, uma nova melodia.
Por que esses espaços questionados, dessa palavras que me faltam, não me obrigam a ser diferente, e ser diferente se paga preço, se paga lágrima...







Marcia G
Enviado por Marcia G em 28/01/2010
Código do texto: T2055230
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