Inevitável escrever...
Inevitável escrever...
Cato letras no universo poético interior,
Sigo rumo ao denso, busco a desconhecida poesia
Os versos que desvendarão o meu sentir.
Vou,
Aprofundo,
Investigando que composição desaguará?
Sei, produzirei aquilo que planejo segredar.
Silente escrevo para não dizer,
São palavras mudas, inaudíveis...
Mais que entrelinhas são nacos do fundo interior,
Retalhos, recortes, alinhavos de alma, de coração...
Vasculho cantos escuros e retiro rimas plenas,
Nuances de sonhos
Ilusões...
Continuo incessante procura,
Careço da expressão escrita dos sentimentos
Porções poéticas desabrocham,
Vertem, fluem ante o rebuliço íntimo,
Ante o palpitar incurável,
Diante da ânsia de desvendar o porvir...
Sigo,
Prorrogando cada diminuta linha construída nesse percorrer,
Alongo estrofes, estendo verbos infindos,
Sons de silêncio, do meu completo silenciar...
Por vezes creio que falam por mim palavras sem palavras
Palavras sem sons, secas...
Julgo que a expressão mais forte em mim vem da escrita,
Com ela sei mais de mim, e findo por me revelar...
Em mim o cotidiano dos vocábulos faz uma imensa diferença
Deixa de ser grafia solta, e torna idéia, retrato, reflexo...
Pedaço de mim...
É assim, prossigo a procura que não cessa.
O inquirir infindável por expressões reveladoras
Um pouco de quietude para aflição,
Escrever para se (me) socorrer.
Criar para elucidar
Compor para capturar a lucidez.
Expressar letras, em telas desenhar...
Escrever, abastecer as vontades,
Desvendar os quereres, para não enlouquecer.
Ser e escrever,
Escrever e ser...
Recitar os afetos, a essência,
Concluir as energias, inferir o mistério,
Enigmas que há nos versos,
Na vida...