Se.
Óh musa que me inspira ao longe!
Nada sinto além de amor,platônico e fraterno.
Se não realizado me inspira,
Pois então que assim continue!
Mas assim viverei?
Na eterna espera do sublime?
Na esperança do perdão?
Só o perdão não basta,
Há de ter amnésia!
O perdão não olvida.
Se perdoas é porque lembras
Do canalha que fui,reles e vil.
O remorso já me deixou há tempos,
Pois aqui não pode mais saciar-se.
A culpa rasteja ao meu lado,
Pois seu peso já aleijou-me os ombros.
A consciência já me abandonou,
O inconsciente hoje me domina.
A sanidade também fugiu,
Rí de mim ao me ver em delírio,
Quando me lembro quem fui
E quando comigo estarias.
Mas meu eu incapaz e mundano
Trocou a promessa de um paraíso
Que por eras estaria em pé,
Pela volúpia e a luxúria.
Um banquete de delícias,
Instantâneas e ludibriantes.
Prazeres tão grandes,
Porém tão frágeis e fugazes.
Minha pequenez me venceu.
A fraqueza quase sempre vence.
Mas a esperança por ti não morre,
Pois quando morrer,me vou com ela.